Pesquisa personalizada

11 janeiro 2007

O sucesso é o novo sexo?

As mulheres que têm tesão pelo trabalho são solteiras, talentosas e muuuito ambiciosas. Sentem tanto prazer com a carreira que deixam o amor e os homens em segundo plano

O último namorado da empresária cearense Sâmia Ferreira Gomes, 38 anos, deu um basta no romance por causa de uma criação de camarões. Ela gerencia o negócio da família e não pensa duas vezes antes de interromper o lazer, inclusive viagens ao exterior, para resolver problemas no criadouro. "Durmo com o celular ligado para qualquer emergência", revela Sâmia. "As pessoas me olham com pena, achando que sou infeliz porque ainda não tenho marido e filhos. Sinceramente, não sinto nenhuma falta disso. O trabalho é minha principal fonte de prazer e realização. Já desmanchei dois noivados porque sempre priorizei a carreira, coloco a empresa em primeiro plano. Trabalhava sábado, domingo e só comecei a preservar os finais de semana depois que sofri um acidente de carro", conta a empresária, que também comanda uma construtora em Fortaleza. Cada conquista profissional leva a adrenalina de Sâmia a mil e é motivo de comemoração, em geral com um churrasco reunindo os seus funcionários. "Mas cada vitória já me faz pensar na próxima meta, me deixa ligada em um novo desafio."

Não são poucas as mulheres como Sâmia. Se não é o seu caso, provavelmente você tem uma colega ou amiga com o perfil igualzinho ao dela. Solteiras, com energia para dar e vender, elas apostam todas as fichas no trabalho e parecem extrair dele o máximo de satisfação. O que nos leva à pergunta do título desta reportagem: será que, para uma parcela feminina, o sucesso é o novo sexo? E ainda: será que o prazer pode ser atingido por meios tão diferentes, como a paixão por um homem, o envolvimento com a família e os filhos, e, por fim, o apego à carreira? "Podemos chamar de sexual toda a energia que nos move e nos faz realizar as coisas. Sem dúvida, as conquistas profissionais são gratificantes. Mas elas não substituem o contato amoroso e o prazer genital. Por algum tempo, a pessoa pode até imaginar que só isso a fará feliz. Em algum momento, porém, ela vai sentir falta dos outros vínculos", afirma Suely Gevertz, da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. Regina Silva, psicóloga especializada em coaching (planejamento pessoal e de carreira), do Instituto Gyrasser, de São Paulo, concorda: "Temos que investir com equilíbrio em cinco áreas da vida: profissional, social, familiar, afetiva e pessoal. Eventualmente, damos mais ênfase a uma ou outra. Só que, muitas vezes, as pessoas tentam buscar a realização exclusivamente em uma delas. A curto prazo, pode funcionar, mas a vida não é gerida apenas por uma necessidade. Quem aposta na diversificação certamente tem maiores possibilidades de se dar bem".

http://claudia.abril.com.br

Nenhum comentário: