Pesquisa personalizada

14 julho 2007

Quer afinar a cintura?

Cientistas descobrem como o estresse leva ao acúmulo de gordura abdominal. O que isso significa para quem quer emagrecer !!!

Quem não gosta de uma boa desculpa para justificar o acúmulo de gordura na cintura? Na maioria dos casos, os pneuzinhos que não param de crescer nada mais são que o resultado de uma equação simples: comida demais e atividade física de menos. Quando ingerimos mais calorias do que gastamos, o excesso de energia se acumula no corpo em forma de tecido adiposo (sim, gordura). Segundo novas pesquisas, no entanto, há um outro fator que contribui para o ganho de peso: o estresse. Já ouviu desculpa melhor?

Um estudo publicado há duas semanas na revista Nature Medicine desvenda como o estresse faz engordar. E ainda aponta uma forma promissora de remover a gordura localizada. Os resultados surpreenderam os especialistas. Muitos acreditam que essa linha de pesquisa terá grande impacto no desenvolvimento de novos tratamentos de emagrecimento e até de cirurgias estéticas. Será que teremos em breve um novo tipo de lipoaspiração, mais eficaz e menos traumática? O que significam as descobertas para quem quer emagrecer?

Havia muito tempo os cientistas suspeitavam existir uma relação entre estresse e ganho de peso. Mas não conseguiam desvendá-la. Os pesquisadores da Universidade Georgetown, em Washington, foram além. Descobriram um mecanismo químico que pode explicar por que estressados crônicos engordam muito mais que o esperado. Gente que não ingere uma quantidade absurda de calorias e mesmo assim leva um susto toda vez que sobe numa balança.

A explicação para esse fenômeno pode estar nos neurotransmissores, hormônios que permitem a comunicação entre os diferentes tipos de neurônios. Os cientistas trabalharam com um neurotransmissor chamado NPY e o receptor ativado por ele. Essas substâncias atuam em dois tipos de células do tecido adiposo: as células de gordura propriamente ditas e as células dos vasos sanguíneos que as alimentam.

Os pesquisadores descobriram que o estresse faz o corpo liberar NPY em excesso. Isso provoca uma cascata de eventos bioquímicos cujo resultado é indisfarçável: aquela massa de gordura (ops, tecido adiposo) na cintura. O problema não é apenas estético. Vários estudos demonstram que grandes depósitos de gordura na região abdominal – aqueles que fazem o tronco adquirir a forma arredondada de uma maçã – elevam o risco de diabetes e doenças cardiovasculares. Daí a importância do novo estudo. “Uma grande lacuna no conhecimento sobre como o estresse crônico leva à obesidade abdominal acaba de ser preenchida”, afirma Mary F. Dallman, da Universidade da Califórnia, no editorial que acompanha a publicação do estudo. “Esses resultados terão profundas implicações no desenvolvimento de novas drogas.”

Os cientistas conseguiram criar gordura em pontos específicos do corpo dos camundongos apenas injetando NPY nessas regiões. E os efeitos negativos da gordura não demoraram a aparecer: intolerância à glicose, hipertensão, vasos sanguíneos inflamados, aumento de gordura no fígado e nos músculos.

Os pesquisadores conseguiram também remover a gordura e evitar a síndrome metabólica ao injetar uma substância capaz de bloquear a ação do receptor de NPY. “Não acreditávamos que seria possível remodelar a gordura dessa forma”, diz a líder da pesquisa, Zofia Zukowska, do Departamento de Fisiologia e Biofísica da Universidade Georgetown. “Mas os diferentes experimentos que realizamos nos últimos quatro anos comprovaram que isso é possível, pelo menos em camundongos.” Em apenas duas semanas, os depósitos de gordura foram reduzidos pela metade. “O implante fez a gordura simplesmente derreter”, afirma. Acontecerá o mesmo em humanos? A equipe acha possível. Tanto o neurotransmissor quanto o receptor relacionados à gordura são muito semelhantes em camundongos, macacos e humanos.

Mudanças na rotina que reduzam o estresse poderiam, em tese, gerar efeitos semelhantes. As situações estressantes vividas pelos animais durante o experimento também são comparáveis às enfrentadas pelos humanos no dia-a-dia. Alguns camundongos passavam uma hora num tanque de água fria durante duas semanas, o equivalente a esperar um ônibus com os pés molhados durante o inverno europeu. Outros tinham de dividir a gaiola com um macho alfa, aquele tipo de animal que fica agressivo quando invadem seu território. Mais ou menos o comportamento que se pode esperar de um chefe dominador e onipotente.

Por Cristiane Segatto

Continue lendo em:

http://revistaepoca.globo.com


Um comentário:

Andréa disse...

É a nossa oportunidade de virar a Gisele "Bunchen", amiga, porque de lipo eu estou fora! haha.
Muito legal a postagem sobre o amor aí embaixo também. Bjs.