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19 julho 2007

A feminilidade está na moda.....

Já provamos, aos homens e a nós mesmas, que podemos praticamente tudo. Agora, mais seguras e menos competitivas, estamos repaginando o que temos de melhor: a porção feminina. Neste artigo exclusivo, a escritora gaúcha Paula Taitelbaum convida você a checar se está afinada com os novos tempos

Não uso sutiã, não preciso de nada que me sustente." Anos atrás, escrevi essa frase, que está lá, impressa em um dos meus livros. Minha porção feminista pronta para queimar sutiãs em praça pública. Felizmente não cheguei a tal ponto. Deixei de ver o sutiã como um inimigo e passei a percebê-lo como um aliado. Continuo preferindo não ser sustentada por ninguém, mas já aceito de bom grado quando um homem se oferece para pagar a conta no restaurante. Estou bem menos feminista, bem mais feminina e bem melhor comigo mesma. Aumentaram as saias dentro do meu guarda-roupa, deixei o cabelo ir além do curtinho, comecei a cuidar das unhas. E tenho certeza de que isso não foi apenas uma questão de tendência da moda. Em algum momento que não sei precisar, estabeleci uma relação mais amigável com meus hormônios.

Com você aconteceu o mesmo? Que bom, é sinal de que estamos tentando fazer com que o mundo gire a nosso favor. Hoje, sinto que parecemos mais relaxadas perante o assunto "provar que somos tão boas quanto eles". Durante um tempo, algumas décadas, para ser mais exata, nos dedicamos tanto a ser profissionais bem-sucedidas, mães excelentes e donas-de-casa eficientes que, muitas vezes, esquecemos do que éramos de verdade: mulheres. Quando voltamos a lembrar disso? Alguns podem dizer que foi quando os estilistas famosos resolveram colocar o cor-de-rosa na moda junto com as flores, os tecidos transparentes, os espartilhos e as rendas. Outros, que foi quando a prótese de silicone se tornou artigo de primeira necessidade, mais comum do que as luzes nos cabelos. Haverá aqueles, ainda, que dirão que foi quando a Miranda do Sex and the City mudou seu visual, de executiva fria para mulher apaixonada, e uma legião de fãs foi atrás.

Eu, sinceramente, acho que tudo isso não passa de conseqüência. Se estamos com a alma exalando feminilidade, queremos exteriorizar esse sentimento nas curvas do nosso corpo e no que vai sobre ele. Minha aposta para essa mudança é em outra parada: penso que resgatamos nossa porção mais feminina no momento em que nos sentimos seguras a ponto de fazer isso. Já está mais do que provado que podemos andar sem sutiã, que somos ótimas chefes, que conseguimos sustentar uma família, que sabemos trocar pneu furado e até abrir um vidro de compota sem precisar de ajuda. Agora chega. Você, assim como eu, deve estar cansada de ser durona, fortona, mandona o tempo inteiro. Vai dizer que não é ótimo ser um pouco frágil? Não o sexo frágil que baixa a cabeça e diz "sim, senhor", mas a fragilidade de ser delicada como uma porcelana chinesa, uma jóia valiosa ou uma flor no amanhecer. Não parece lindo ser assim? Pois, então, vamos lá, repita comigo: ser feminina traz felicidade.


por Paula Taitelbaum

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