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01 setembro 2009

Sono???? Quem dorme bem em SP???

Os moradores de São Paulo se queixam cada vez mais de problemas para dormir. É o que mostra uma pesquisa feita pelo Instituto do Sono, ligado à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), com 1.042 pessoas entre 20 e 80 anos. A pesquisa foi realizada em 2007 e agora seus dados estão sendo tabulados e enviados para publicação em revistas científicas. Além de aplicar questionários para colher as queixas dos entrevistados, foram realizados exames de polissonografia, a principal forma de diagnosticar distúrbios do sono.
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Dificuldade para dormir e para manter o sono, ronco, bruxismo, sonambulismo e pesadelos foram alguns dos problemas relatados. Apesar de não ser possível saber se o aumento na frequência de queixas corresponde a um crescimento na ocorrência dos distúrbios propriamente ditos -já que em 1987 e 1995 não foram feitos exames diagnósticos -, a tendência é que haja, sim, um crescimento desses problemas. "A queixa do paciente é um parâmetro relevante para determinar o diagnóstico dos distúrbios, apesar de não ser o único", afirma o biólogo Rogério Santos Silva, autor da pesquisa. Segundo ele, o alto índice de estresse pode ajudar a explicar o aumento das queixas. "Vários desses problemas, como insônia, pesadelos e sonambulismo, têm relação com o estresse. A pesquisa foi feita numa grande metrópole, com altos índices de violência, e as pessoas estão cada vez mais estressadas. "O excesso de peso também contribui. No levantamento, 60% da população apresentou sobrepeso ou obesidade. Ronco e apneia são mais frequentes em pessoas que estão acima do peso, como mostra a própria pesquisa: os entrevistados com sobrepeso tiveram 2,6 vezes mais chance de ter apneia do que aqueles que estavam com peso adequado. Nos obesos, o risco aumentou 10,5 vezes.
"O problema é preocupante porque a pessoa fica com o sono descontinuado e, mesmo que durma um bom número de horas, acorda cansada. Isso afeta a capacidade de se concentrar, de memorização, de raciocínio. Cai a performance no trabalho e a qualidade de vida em geral", enumera o pneumologista e especialista em sono Maurício Bagnato, do laboratório do sono do Hospital Sírio-Libanês.
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Apesar de muitas vezes o excesso de peso ser o responsável por isso, nesse caso a relação foi observada independentemente da obesidade, diz a pneumologista e especialista em sono Sônia Togeiro, também autora do estudo. "A relação com a hipertensão está bem documentada, mas poucos estudos mostram a ligação com o diabetes."

(Fonte: Flávia Montovani/ Folha Online)

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