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22 março 2009

O que as mulheres querem...

A psicóloga Meredith Chivers, da Universidade Queen, no Canadá, divulgou um estudo com o objetivo de (tentar) responder o que excita e dá prazer às mulheres. O resultado pode ser mais desconcertante do que se imaginava.
Ela reuniu 91 voluntários - 47 mulheres e 44 homens - e exibiu para eles oito clipes com as mais variadas cenas de sexo: entre homem e mulher, entre dois homens, entre duas mulheres e até entre chimpanzés bonobos - famosos por serem, além dos humanos, a única espécie na qual o macho penetra a fêmea pela frente, olhando nos olhos da parceira. Foram exibidas também cenas menos eróticas, mas igualmente sensuais, de um homem caminhando nu pela praia e de uma mulher, também sem roupa, fazendo ginástica.
O propósito era medir, tanto objetiva quanto subjetivamente, o grau de excitação que cada uma dessas cenas provocaria nos voluntários. Para tanto, eles tiveram os órgãos genitais conectados a aparelhos que monitoravam a rigidez peniana e a lubrificação vaginal. Dos voluntários submetidos ao estudo, pouco se sabe deles. Chivers não divulgou faixa etária, estado civil, classe social ou nível cultural. Disse apenas que o grupo era formado por héteros e homossexuais. Mas essa falta de informações não diminui o impacto das conclusões. E a primeira delas diz respeito ao fato de que as mulheres se mostraram excitadas a praticamente tudo. É como se estivessem mais interessadas no grau de excitação que a cena provocava do que propriamente no gênero do ato presente nela.
Os homens, por sua vez, se mostraram previsíveis. Os heterossexuais ficaram mais excitados com as cenas de sexo e nudez que envolviam mulheres, e os homossexuais, com as que envolviam homens. "As mulheres são mais bem-resolvidas sexualmente do que os homens. Elas sonham, fantasiam. Excitam-se mais facilmente porque se imaginam na situação. Os homens, não. Desde crianças, são doutrinados a não demonstrar sentimentos", diz o sexólogo Amaury Mendes Júnior, coordenador do curso de pós-graduação em terapia sexual da clínica Delphos, no Rio de Janeiro.
Outro dado curioso revelado pelo estudo de Chivers faz alusão ao fato de que nem sempre o dito pelas mulheres - principalmente as heterossexuais - corresponde ao que é sentido por elas. É como se a cabeça e os órgãos genitais não pertencessem à mesma pessoa. Nas cenas de sexo entre lésbicas, as mulheres heterossexuais disseram sentir menos excitação do que o registrado pelos aparelhos.
Mas as surpresas não param por aí. Nas cenas que envolviam apenas homens, as mulheres homossexuais disseram estar menos excitadas do que o registrado pelos aparelhos. Por fim, hétero ou homossexuais, as mulheres garantiram não ter sentido absolutamente nada ao ver os bonobos em atividade sexual. O intrigante é que os aparelhos diziam o contrário. Na opinião da sexóloga Marina Simas, essa incongruência pode ser fruto da repressão sexual: "As mulheres ainda não aprenderam a fazer a real leitura do que sentem, querem e desejam".

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