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23 outubro 2008

Planta amazônica e o combate ao câncer....

Esta sendo realizado um estudo com a planta chamada avelós (nome científico Euphorbia tirucalli), típica das regiões norte e nordeste do País. Sua ação medicinal já era mencionada na cultura popular, o que motivou a indústria farmacêutica a analisar sua ação em células em cultura e em animais. Tendo resultados bastante promissores.
Ao que tudo indica, a substância age nas células do câncer induzindo a apoptose - uma espécie de suicídio celular. "É o que chamamos de morte celular programada", explicou ao G1 Auro Del Giglio, gerente do programa integrado de oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e um dos coordenadores do estudo. "Em células normais, é um procedimento que acontece para a renovação das células, com as antigas dando lugar às novas. Mas nas células do câncer isso quase nunca acontece, e a idéia é exacerbar essa tendência." Com isso, a droga tem o potencial para, se não fazer regredir, pelo menos conter ou reduzir o avanço da doença, induzindo a apoptose de muitas das células do tumor.
In vitro, a droga funcionou contra colônias de células de câncer de mama, melanoma e outros tipos de tumor. Mas ainda não dá para dizer que o remédio vá funcionar em humanos. "Nesse primeiro estudo, de fase 1, o que a gente faz é descobrir a dose certa", diz Del Giglio. "É um estudo para identificar a toxicidade e a segurança do medicamento."
No momento, cinco pacientes estão passando por esse procedimento no Hospital Israelita Albert Einstein. A idéia é concluir o estudo até o fim do ano e iniciar a fase 2 - que envolve um grupo maior de pacientes com o objetivo de identificar o real potencial da droga como tratamento para tipos específicos de tumores - em 2009.
Mesmo estando na fase preliminar dos estudos, a equipe está animada com os avanços. "Do que eu tenho notícia, é o primeiro estudo rigoroso conduzido com um medicamento herbal brasileiro para câncer", diz Del Giglio. "Está todo mundo muito entusiasmado justamente por conta disso." O trabalho está sendo conduzido em parceria com a empresa PHC Pharma Consulting, com sede em São Paulo.

Salvador Nogueira / G1

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