Pesquisa personalizada

24 fevereiro 2010

Recém-nascidos são sensíveis à harmonia das notas musicais

Os recém-nascidos são sensíveis à harmonia das notas musicais e capazes de reconhecer as dissonâncias e mudanças de tom já nos primeiros dias de vida, segundo um estudo da Universidade Vita-Salute del San Raffaele de Milão, na Itália. Os autores do estudo, publicado nesta terça-feira (23) na revista científica americana Pnas, apresentaram três trechos de músicas de 21 segundos de duração a 18 recém-nascidos. O primeiro era um trecho para piano. O segundo era o mesmo trecho, mas com algumas notas em um tom acima. E o terceiro, totalmente dissonante.
Enquanto os bebês ouviam os trechos, seus cérebros foram submetidos a uma ressonância magnética que permitiu conferir quais partes do cérebro são ativadas durante o tratamento das informações.
Resultado: em todos os bebês, o hemisfério direito do cérebro entrou em atividade, em particular as mesmas zonas que são ativadas durante a apresentação de trechos de músicas para adultos. Durante a execução dos trechos modificados, a ativação do hemisfério direito foi mais fraca, enquanto que uma zona do hemisfério esquerdo foi ativada, explicaram os pesquisadores.
"Esses resultados mostram que o cérebro dos recém-nascidos é capaz de perceber música desde as primeiras horas após o nascimento. Além disso, eles já conseguem reconhecer as dissonâncias e as mudanças de tom."
Esta pesquisa poderá contribuir para determinar se a percepção da música é inata ou fruto do ambiente, de acordo com os autores do estudo.

(Fonte: Portal R7)

12 fevereiro 2010

Cientistas decifram genoma de erva do bioetanol...

O genoma de uma erva de regiões temperadas, prima de uma planta utilizada para a produção de bioetanol, foi sequenciado, o que pode colaborar para as pesquisas sobre cereais como o trigo, a aveia e o centeio, revelou um estudo publicado na quarta-feira (10). A Brachypodium distachyon, erva selvagem originária das regiões mediterrâneas e do Oriente Médio, "tem pouca importância para a agricultura e não tem grande valor econômico". Mas o sequenciamento de seu genoma torna possível obter informações sobre plantas "muito importantes para a alimentação mundial", apontou a Universidade do Estado de Oregon (OSU), nos Estados Unidos, em um comunicado.
Segundo a análise comparada dos genomas, o arroz, o sorgo e a Brachypodium possuem 13.580 genes comuns, conservados ao longo da evolução. Estes genes ancestrais, cuja função é conhecida, poderiam ser compartilhados por uma planta prima da Brachypodium, a switchgrass (Panicum virgatum, uma gramínea), que pode ser usada na produção de etanol. Modificações genéticas podem, desta maneira acelerar seu crescimento e fazer com que a celulose seja mais facilmente diluível no álcool. Os resultados desse vasto programa de sequenciamento, do qual participaram dezenas de laboratórios americanos, europeus, chineses e sul-coreanos, foram publicados na revista científica "Nature".
Os genomas do milho, do arroz e do sorgo já haviam sido decifrados. A Brachypodium pertence a outra subfamília de gramíneas, a dos Pooideae (que inclui mais de 3.000 espécies, entre elas o trigo e o centeio). Muitas destas plantas apresentam um genoma enorme (17 bilhões de bases para o trigo, cinco vezes mais que o genoma humano), enquanto o da Brachypodium é bastante compacto (272 milhões de pares de bases), o que facilitou seu sequenciamento. "São plantas de fácil cultivo, fáceis de manipular geneticamente, fáceis de estudar e que apresentam um curto ciclo de vida", explicou em um comunicado Todd Mockler, um dos pesquisadores que coordenou o sequenciamento.
Os dados genéticos obtidos pelo sequenciamento da Brachypodium tornarão possível "melhorar plantas de grande valor agrícola, como o trigo", indicou por sua vez James Carrington, da OSU. " Assim, poderemos aumentar nosso conhecimento para tentar melhorar a produção de bioetanol", disse Jérôme Salse, do Instituto Francês de Pesquisa Agrônoma (INRA).

(Fonte: Folha Online)