Pesquisa personalizada

30 março 2008

Fernando Sabino

De tudo ficaram três coisas...
A certeza de que estamos começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar...
Façamos da interrupção um caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro!

29 março 2008

A Corporação

Por Andrea Ramirez

Há quem acredite que “a pesquisa científica moderna não busque a verdade, mas o lucro”. A frase em si já é suficiente para arrepiar qualquer cientista sensato com um mínimo de senso ético. Não bastando, subentende-se que a vida está a venda. Agora sim, epistemologicamente chocante, tanto do ponto de vista científico quanto da moral humana.
Entretanto o raciocínio é simples. Se a vida é um bem, pode ser comparada aos demais bens construídos pelo homem. Assim, dentro dessa (i)lógica, a vida pode ser negociada por ser considerada uma mercadoria. A única restrição é que ela não seja uma vida humana em seu estado natural, no caso com o sentido de original.
Pelo menos foi assim que se deu o veredito do STJ americano a favor da primeira patente de bactérias geneticamente modificadas, em 1980. Estiveram diante do juíz: o cientista - Ananda Mohan Chakrabarty; a corporação - General Eletric; as bactérias - Pseudomonas, capazes de degradar algumas substâncias químicas do petróleo; a biotecnologia - P. aeruginosa 1c (ATCC 15692) foi transformada em plasmídios contendo genes para degradar octano, salicilato e naftaleno gerando a artificial P. aeruginosa NRRL B-5472. De modo semelhante a P. putida PpG1 (ATCC 17453) originou P. putida NRRL B-5473 contendo genes de degradação da cânfora, salicilato e naftaleno além de uma resistência extra a droga, RP-1. O veredito - “tudo o que se encontra abaixo do Sol, feito pela mão do homem, pode ser patenteado”, porque “a questão relevante não é a distinção entre coisas vivas e inanimadas, mas se os produtos vivos possam ser vistos como invenções feitas pelo homem”.
Os produtos vivos, que até outro dia eram tidos como divinos em sua totalidade pela justiça americana, passaram a ser vistos como invenções humanas em alguns casos. Ingenuidade ou não, afinal pelo menos o Admirável Mundo Novo já havia sido escrito e era mundialmente conhecido à época, a jurisprudência abriu margem para o registro de uma infinidade de patentes biológicas desde então. Como o interesse de tudo que é patenteado é a aquisição de lucros, fica fácil entender que este episódio só abriu um pouco mais o leque de opções em registros. A julgar pela história das patentes que teve início durante o feudalismo, favorecendo os habitantes dos burgos que já sabiam desde aquela época que “o mercado é o juíz final de tudo”, isto não poderia deixar de ser diferente na atual “Era da Biologia”.
Explica-se a dificuldade e o adiamento do julgamento do nosso STJ sobre o uso de células-tronco embrionárias em pesquisas para fins terapêuticos. Não se trata somente de uma questão de inconstitucionalidade, há também uma preocupação implícita, e não é somente com a possibilidade de criação de monstros mais sofisticados do que o Frankeinstein, mas sim com a abertura de novas Corporações que certamente advirão, e muito lucrarão, a partir da aplicação destas pesquisas no mercado, em nome da Ciência e Saúde de um lado contra a perda de poder público do outro.
Afinal, diria o mestre, isto é bom ou ruim?

Poesia por Cecília Meireles

Motivo
Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste: sou poeta.
Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias no vento.
Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei.
Não sei se fico ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: — mais nada.
Cecília Meireles

26 março 2008

Arroz contaminado por fungo causa Beribéri e mortes no Maranhão

De acordo com uma reportagem no site: http://www.agrolink.com.br
e do Bom Dia Brasil e Globo On-Line, o armazenamento impróprio de arroz, tem propiciado a contaminação do arroz por um fungo (Penicillium citreonigrun) que libera uma toxina citreoviridina que inibe a absorção de vitamina B1 pelo organismo, causando fraquezas musculares e dificuldades respiratórias.
É bom ficarmos alertas quanto a origem do arroz consumido, pois o fungo também pode contaminar o milho e feijão da região. Amostras estão sendo analisadas em Minas Gerais, porém de qualquer modo, ficar atento nunca é demais.

22 março 2008

Florianópolis/SC será projeto piloto de reserva da biosfera urbana da Unesco

Por ser um caso exemplar de convívio íntimo entre cidade e natureza, Florianópolis foi escolhida para ser uma reserva da biosfera urbana modelo pela Unesco durante o Congresso Mundial realizado em fevereiro em Madri, na Espanha. Neste mês, a ilha de Santa Catarina receberá a visita de uma equipe da instituição para discutir propostas deste projeto piloto.“A cidade é a única onde está bem avançada a integração entre áreas urbanas e preservação ambiental”, diz o arquiteto argentino Ruben Pesci, da Fundación Cepa e um dos responsáveis pela inclusão de Florianópolis entre os locais caracterizados como reservas da biosfera urbana.O objetivo do projeto é mostrar que é possível sustentar a conservação da biodiversidade, em zonas onde a pressão do crescimento urbano parecem só ameaçar a preservação da natureza.Florianópolis é uma síntese dos ecossistemas encontrados no litoral do estado. Possui baias, mares voltados para o vento, mata atlântica em recuperação, restinga, dunas, manguezais e lagoas. Esta riqueza natural, no entanto, vem sendo ameaçada pela rápida urbanização e crescimento desordenado na ilha.O professor de arquitetura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Almir Reis, diz que é preciso voltar na história para entender como as estruturas de adaptação impactaram na cidade atual. O crescimento urbano turístico, por exemplo, é citado por ele como um dos pontos que exige uma atenção especial. “É preciso ver o quanto isto causou desastre ambiental.”

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http://www.ambientebrasil.com.br/noticias

notícias: biodiversidade

16 março 2008

A Ciência faz Arte

Esta foto retrata nos pontinhos amarelos o virus que causa a meningite....
Olha só que interessante as hemácias fotografadas.....

A fundação britânica Wellcome Trust premia anualmente algumas das melhores imagens feitas a partir de pesquisas médicas. Elas retratam a Ciência de forma artística e "contribuem para a compreensão da medicina moderna e da Ciência".

Os restaurantes devem assumir a responsabilidade ambiental de não servir água em garrafa

Meu amigo, presidente de uma multinacional, gaba-se de que, há mais de 20 anos, nem ele nem sua família bebem água de torneira. O argumento central de meu amigo é sua falta de confiança na qualidade da água do serviço de abastecimento. Além disso, ele acha que os filtros são um trambolho. Formado em Engenharia de Produção, meu amigo estima que, nesse período, ele e sua família devam ter consumido algo em torno de 75.000 litros de água, a maior parte engarrafada na embalagem PET.
Para meu amigo, essa forma de pensar era aparentemente natural, correta e inquestionável até recentemente, quando ele participou do Fórum Econômico de Davos, encontro anual da elite econômica e política do mundo, na Suíça. Ali ele conheceu Alice Waters, proprietária do Chez Panisse, um badalado restaurante orgânico de Berkeley, na Califórnia. Aí, a água de beber passou a ter um outro significado em sua vida.
Alice foi convidada pelos organizadores do Fórum de Davos para um debate sobre a cadeia de produção de alimentos. As pressões sobre esse setor são uma conjugação do crescente custo de energia com a necessidade de as empresas diminuírem seu impacto sobre o meio ambiente. Como um dos participantes disse no evento, “os preços para produzir coisas que são ruins para o planeta serão cada vez mais elevados devido às políticas para a redução de emissões de gases do efeito estufa”.
Alice não é dona de um mero restaurante natureba. O Chez Panisse tem sido listado, ano após ano, entre os 50 primeiros no prestigiado anuário “Os 50 Melhores Restaurantes do Mundo”, da revista britânica Restaurant. Alice tem nove livros de receitas que se tornaram best-sellers nos Estados Unidos. Para ela, a água da torneira é boa e, no ano retrasado, ela decidiu simplesmente parar de vender água engarrafada em seu restaurante.
Além de administrar seu restaurante, Alice é hoje uma líder empresarial, sobretudo de produtores orgânicos. Ela é também colaboradora das universidades Yale e Berkeley no desenvolvimento de projetos para a rede de escolas públicas da Califórnia. O objetivo é integrar nutrição e sustentabilidade ambiental. Ela estrutura tanto cardápios da merenda quanto conteúdos do currículo escolar. Alice, portanto, na questão da alimentação, influencia não só a produção como também os estilos de vida de pessoas importantes e formadoras de opinião. Por isso ela foi falar em Davos. E foi conversando com Alice que meu amigo compreendeu que toda a energia para extrair, gaseificar, engarrafar e transportar a água é simplesmente um desperdício injustificável. Mesmo os esforços de reciclagem da embalagem PET, apesar de bem-intencionados, são insuficientes para compensar o descarte das garrafas de água.
Alice costumava vender 25 mil garrafas de água mineral por ano em seu restaurante. Agora, seus clientes podem solicitar a água encanada, que é filtrada e servida em jarras. Se o freguês quiser água com gás, o restaurante gaseifica o líquido da torneira na hora. Tudo isso oferecido de graça. Segundo Alice, no Chez Panisse não há registro de queixas de seus clientes devido à mudança da política da água: “As pessoas perceberam que faz todo o sentido e que ainda economizam”.
Meu amigo tem um espírito de homem de negócio muito entranhado para se tornar um ecofundamentalista. Mas mandou instalar um filtro em casa. E passou a mesma orientação para as empresas que administra. Basta de água em garrafas. Ele diz que uma das perguntas que trouxe de Davos é uma espécie de aposta: qual será a primeira grande rede de restaurantes que vai ter a coragem de inovar e oferecer água da torneira grátis para clientes exigentes como ele? Isso é que será responsabilidade socioambiental no setor.
No site de Época por RICARDO NEVES
www.ricardoneves.com.br
rneves@edglobo.com.br

Ibama abre consulta pública para definir animais de estimação

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) abriu consulta pública sobre uma lista prévia com 58 espécies da fauna silvestre nativa que serão permitidas para a criação e comercialização. O Ibama quer saber quais dentre os 53 tipos de aves e três de répteis devem ser considerados animais de estimação.
A consulta pública está disponível no endereço eletrônico www.ibama.gov.br até dia 6 de abril. Quando terminar o prazo o Ibama terá mais 30 dias para sistematizar todas as contribuições e editar a portaria final.
Qualquer pessoa pode contribuir, desde que envie para o e-mail: fauna.sede@ibama.gov.br opiniões justificadas sobre as espécies a serem incluídas ou excluídas da lista. Serão analisadas somente as contribuições que estejam dentro dos critérios estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
De acordo com o diretor de Uso Sustentável, Biodiversidade e Floresta do Ibama, Antonio Carlos Humel, essa é uma iniciativa pioneira do Conama. Ele disse também que a Resolução do Conama n°.394/2007 veio no sentido de regulamentar as espécies que podem ser comercializadas, já que atualmente não existe nenhuma lei definindo quais são essas espécies.
“É importante frisar que a população não compre animais silvestres em feira ou beira de estrada, pois estará contribuindo para a exploração predatória e contrabando de animais”, explica o diretor. Segundo ele, "culturalmente a população brasileira sempre criou alguma forma [de animal], principalmente aves, como de estimação".
Humel disse que o Ibama está providenciando a lista prevista na Resolução do Conama n°.394/2007 com espécies da fauna silvestre que poderiam ser comercializadas em pet shops (lojas de animais), lembrando que essas espécies devem ser oriundas de criadouros devidamente regularizados pelo órgão.
Fonte: Camila Vassalo / Agência Brasil
www.ambientebrasil.com.br

09 março 2008

Rã do Pantanal pode trazer cura para diabetes, diz estudo

Secreções da pele de uma rã sul-americana (da espécie Pseudis paradoxa, um tipo de rã aquática presente na região do Pantanal) podem ser usadas para o tratamento de diabetes tipo-2, de acordo com pesquisa anunciada nesta semana na Conferência Anual da organização britânica Diabetes UK, em Glasgow, na Escócia. Cientistas das universidades do Ulster (Irlanda do Norte) e dos Emirados Árabes Unidos testaram uma versão sintética do composto pseudin-2, que protege a rã de infecções, e descobriram, em testes de laboratório, que ele estimula a secreção de insulina em células do pâncreas. A experiência não registrou a presença de efeitos colaterais.
A versão sintética mostrou-se mais eficaz no estímulo de insulina do que o composto natural, abrindo caminho para seu potencial desenvolvimento como um medicamento para o tratamento de diabetes. A diabetes tipo-2 costuma ser associada à obesidade e se desenvolve porque o organismo não produz insulina suficiente, ou quando a insulina produzida não trabalha de maneira adequada. Com isso, o paciente não consegue regular os níveis de glicose no seu sangue de maneira apropriada. O chefe da pesquisa, Yasser Abdel-Wahab, da Universidade do Ulster, disse que foram feitas várias pesquisas com moléculas bioativas de secreções da pele de anfíbios.
Um estudo recente desenvolveu um medicamento para a diabetes a partir de um hormônio da saliva de um lagarto encontrado no sudoeste dos Estados Unidos e norte do México. A espécie Pseudis paradoxa é conhecida por sua alteração de tamanho com o passar do tempo. Os indivíduos começam a vida como girinos de até 27 centímetros antes de encolher para cerca de 4 centímetros quando adultos.
(Estadão Online)

Enciclopédia de seres vivos é lançada online

A Encyclopedia of Life (EOL), um projeto online que pretende catalogar todas as espécies de seres vivos, entrou no ar ontem (sexta-feira) com suas primeiras 30 mil páginas.
A iniciativa foi anunciada em maio de 2007 e recebeu apoio de US$ 50 milhões, pouco menos da metade do custo total previsto de US$ 110,5 milhões que serão utilizados nos próximos 10 anos em que a enciclopédia tentará chegar a meta de 1,8 milhão de cadastros abrangendo o mundo animal.
Quando o objetivo inicial for completado, o site tentará incorporar cada tipo de planta, fungo e microorganismo existentes no planeta.
Em nota oficial sobre o lançamento do site, Jim Edwards, diretor executivo da EOL, explicou que a intenção do projeto é atrair todo tipo de pessoas, ligando a comunidade pública aos cientistas formando um esforço colaborativo sem precedentes.
Por enquanto, o conteúdo é fechado, porém nos próximos meses o site deve receber uma funcionalidade que permitirá que o público colabore com textos, vídeos e imagens, que serão incorporadas às páginas da enciclopédia.
O site, localizado em www.eol.org ficou inacessível poucas horas após seu lançamento graças ao intenso tráfego recebido, problema apontado pela BetaNews ontem pela tarde. Contudo, já está no ar funcionando normalmente.
(Fonte: Rodrigo Martin de Macedo / Yahoo!)
http://www.ambientebrasil.com.br/noticias