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15 novembro 2007

Cânion do Xingó: uma natureza radical

Por Aurore Bubu
Ambientalista

Paredões rochosos com mais de 60 milhões de anos brotam das águas cristalinas do lago, formado com a construção de barragem no Rio São Francisco. Com apenas 21 mil km2, Sergipe, o menor Estado do País, oferece cenários paradisíacos a um número cada vez maior de turistas do Brasil e do exterior.

O Cânion de Xingó, localizado no município de Canindé do São Francisco, a 213 quilômetros de Aracaju, é um dos destinos mais procurados, principalmente por quem gosta de uma pitada de aventura durante as férias. Essa paisagem impressionante, com formações rochosas de mais de 60 milhões de anos brotando das águas do lago, surgiu a partir da construção da barragem da hidrelétrica de Xingó, no Rio São Francisco.

Em pleno semi-árido nordestino, o Rio Canindé era, na maior parte do tempo, um leito seco com escassa vegetação. Em 1995, a região foi alagada para criar o reservatório da hidrelétrica de Xingó, dando origem a uma vegetação exuberante, que atraiu enorme diversidade de pássaros e outras espécies.

A região é visitada por turistas interessados em praticar esportes radicais, observar a fauna e navegar por entre as rochas que circundam o lago, que em alguns pontos chega a ter 170 metros de profundidade.

“Sem dúvida é um dos lugares mais bonitos do Brasil. A natureza caprichou em Xingó e vale a pena visitar”, diz Paulo Roberto Fonseca, morador de Brasília que vai pelo menos uma vez por ano ao lago.

Em seus 60 km2 de espelho d’água, o lago de Xingó oferece várias surpresas. Os paredões de arenito rochoso se precipitam sobre as águas verdes. No cânion, é possível encontrar vestígios – como pinturas rupestres e fragmentos de cerâmica – dos primeiros habitantes do local, que viveram por lá há mais de oito mil anos. O passado atrai muitos turistas brasileiros interessados na história do lendário cangaceiro Lampião, morto em 1938. O fora-da-lei e seu bando trilharam o caminho que liga Canindé a Angico.

São Francisco

Apesar das paisagens de inegável apelo para os visitantes, a importância do Rio São Francisco vai bem além do seu potencial turístico. A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF), que pertence ao Grupo Eletrobrás, possui 14 usinas ao longo do rio. Só a de Xingó representa mais de 25% de toda a capacidade instalada da empresa. A usina tem capacidade instalada de 3,1 mil megawatts (MW). Já o complexo de Paulo Afonso – formado pelas usinas de Paulo Afonso I, II, III e IV e Apolônio Sales (Moxotó) – somam 4,2 mil MW. “O Nordeste se desenvolveu por causa do São Francisco. Sem ele, a população nordestina praticamente não teria condições de sobreviver. O rio é a alma do Nordeste”, diz Edgar Oliveira, superintendente de Projeto e Construção de Geração da CHESF.

Opinião semelhante tem o historiador Anderson Oliva, doutorando da Universidade de Brasília (UnB). “Além da importância econômica, o rio tem a função de ligar diversas localidades da região, contribuindo para a integração do Nordeste brasileiro”, diz. Oliva destaca ainda a identificação cultural da população com o rio: “É incrível como o São Francisco faz parte do imaginário popular e da cultura desses habitantes. Grande parte da produção cultural nordestina se deve ao Velho Chico”.

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04 novembro 2007

Primeiro Corredor Ecológico Marinho é criado pelo MMA

Entre os dias 5 e 9 de novembro será realizada na cidade de Caravelas (BA) a primeira Oficina de Planejamento para a criação do 1º Corredor Ecológico do Parque Nacional Marinho de Abrolhos. O evento vai reunir mais de 60 profissionais e técnicos do setor entre gestores, pesquisadores, pescadores, extrativistas, representantes dos governos federal e municipal, de ONGs, dos setores de turismo e empresarial. A criação de corredores ecológicos é prioridade para o MMA e baseia-se, entre outros fundamentos, em ações de planejamento e conservação ambiental de forma participativa e descentralizada, ações de vigilância, fiscalização, monitoramento e controle e criação de oportunidades de negócios sustentáveis.

Segundo Roberto Xavier de Lima, coordenador do Corredor Central da Mata Atlântica, a criação do primeiro corredor ecológico marinho tem por objetivo contribuir para a conservação da biodiversidade e dos recursos naturais na porção costeira e marinha do CCMA - Corredor Central da Mata Atlântica e estabelecer uma rede de Unidades de Conservação Marinha na região, por meio do planejamento, criação e implementação de uma rede de áreas marinhas protegidas.

"O primeiro corredor marinho vai fornecer bases sólidas de conhecimento para um planejamento de conservação compatível com as características sociais, econômicas e ambientais da região. Permitirá também a seleção de áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade, por meio de banco de dados gerados e de levantamentos em campo. Ele vai ainda desenvolver um mecanismo de financiamento e sustentabilidade econômica a longo prazo para a rede de áreas marinhas protegidas na área focal de Abrolhos", disse Roberto Lima.

Reconhecido internacionalmente pela Unesco, o Parque de Abrolhos é formado por inúmeras unidades de conservação costeiras e marinhas e tem importância inestimável para a conservação da natureza. Fundamental para a procriação de diversas espécies de corais, tartarugas, peixes e aves, o Parque de Abrolhos foi o primeiro parque marinho criado no Brasil, em 1983, abrangendo mais de 88 mil hectares. (MMA).

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01 novembro 2007

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final

Este texto do Fernando Pessoa é muiiiiiiiito bom.....

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o
nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram a certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou
sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver quem você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: Não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora.
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas; portanto, às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor.
Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa,
que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos,
promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do 'momento ideal'. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.
Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.