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18 outubro 2007

15 outubro 2007

Expansão da ciência e tecnologia é maior no interior paulista

São Carlos, Campinas, Piracicaba, Bauru e Ribeirão Preto têm sozinhas mais mestres e doutores a cada 100 mil habitantes se comparados aos da capital. Nas cidades do entorno de Araraquara, há quatro vezes mais cientistas. O interior é responsável por um quarto da produção científica nacional e abocanha mais da metade dos financiamentos federais destinados ao Estado. Das universidades e dos institutos nesta região, sai o conhecimento que abastece e cria empresas tecnológicas. Três em cada quatro projetos de inovação aprovados pela Fapesp são de fábricas com sotaque caipira. Graças a esses números, São Paulo publica hoje tanto quanto Espanha, Austrália, Irlanda ou Canadá.

"A aprovação dos projetos é em função da demanda, o que indica uma vitalidade intensa do interior", diz o diretor-científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Carlos Henrique de Brito Cruz. "O interior está bem articulado e competitivo em relação à capital", acrescenta Marco Antonio Zago, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os dois são cientistas, um de Campinas e o outro de Ribeirão Preto.

Inovação é a palavra da vez nas pesquisas acadêmicas do interior. Inventos práticos, necessários e alguns com cheiro de revolução. No Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica, do Instituto de Física da USP São Carlos, um novo equipamento diagnostica tumores sem precisar de biópsia (o exame tradicional é doloroso e o resultado só sai em semanas). Um feixe de luz em contato com o órgão ou a pele diferencia um tecido normal de um doente. O aparelho já está em teste no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

Conhecimento

Com o mesmo princípio, surgem outros produtos de fototerapia dinâmica, como os semáforos à prova da falta de energia e o aparelho para detectar e tratar o HPV e alguns tipos de câncer. Por trás das invenções, está o dinâmico e versátil físico Vanderlei Salvador Bagnato e uma equipe de cem pesquisadores. Foram eles os primeiros latino-americanos a realizarem a condensação de Bose-Einstein. Um gás é esfriado, próximo do zero absoluto (0 Kelvin ou -273,15 graus Celsius), quando ocorre a condensação. Entender o que se passa nesse momento permitirá desvendar a natureza quântica da matéria.

"A sociedade me dá dinheiro para ver o átomo e tenho que mostrar para que serve isso. Serve para curar o câncer", explica Bagnato. Nos últimos seis anos, seu laboratório produziu 28 patentes e destas, 12 viraram produtos. Qualquer experimento tem de mirar em educação ou saúde, mesmo que leve tempo. Os LEDs usados no semáforo antiblecaute ficaram prontos após seis anos. Outros projetos iam sendo tocados juntos para satisfazer à demanda por publicação de artigos, um dos fatores de avaliação dos pesquisadores. "O País tem de dar valor ao risco científico, senão vamos estudar só o conhecido e seremos apêndices dos outros."


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http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=34056

Parques lineares em São Paulo (SP) pretendem combater ilhas de calor causadas pela “selva de pedra”

Por: Mônica Pinto / AmbienteBrasil

Na cidade de São Paulo, verifica-se uma variação de até nove graus de uma região para outra, no mesmo horário. Esse fenômeno, causado basicamente pelas chamadas ilhas de calor, foi um dos registrados pelo Atlas Ambiental, publicado no final de 2004 pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, com a consultoria, na parte de Clima Urbano, do geógrafo José Roberto Tarifa, professor aposentado do Laboratório de Climatologia da Universidade de São Paulo – USP.

“As ilhas de calor são típicas de bairros de ocupação com padrão predominantemente industrial”, disse a AmbienteBrasil a geóloga Patrícia Sepe, supervisora de Planejamento Ambiental da Secretaria e coordenadora do Atlas. Isso porque, neles, em geral, falta arborização, enquanto sobram asfalto, concreto e telhas de amianto, materiais que refletem muito o calor.

À época dos estudos para o Atlas, ficou patente a responsabilidade do “progresso” nessa variação de temperatura ambiente. Foi feita uma simulação das unidades climáticas da capital paulista antes da intervenção antrópica, ou seja, quando a futura maior cidade do Brasil era habitada apenas por algumas tribos indígenas, que conviviam harmonicamente com flora e fauna. Este primeiro mapeamento revelou que, no início da colonização portuguesa, havia na região sete unidades climáticas. Hoje, altamente urbanizada, São Paulo convive com cerca de 50.

“Esse é um modelo de mudança climática local, que a cidade está produzindo ao longo de sua ocupação”, diz Patrícia.

As ilhas de calor, além de gerarem um desconforto térmico prejudicial inclusive à saúde dos moradores dos bairros onde elas se situam, influenciam o regime de chuvas, muito errático sobretudo no verão. “Uma frente fria que venha do litoral, passando pela calha do rio Tamanduateí, cuja morfologia natural favorece a circulação dos ventos, se choca com uma ilha de calor e aí chove. Ou seja, a umidade não consegue entrar e levar a chuva mais ao sul”, exemplifica a geóloga.

Uma das trincheiras de combate a esse problema está nos 31 parques lineares que a Prefeitura de São Paulo pretende implantar por toda a cidade. A idéia é não só expandir sua área verde, mas também contribuir para melhorar a permeabilidade do solo – o que reduz a formação de ilhas de calor e os estragos potenciais de enchentes – e proteger os cursos d'água ainda não canalizados.

A expectativa é que esses espaços evitem ainda a construção de habitações irregulares nas áreas de várzea dos córregos, e melhorem a qualidade de vida das populações de seu entorno, na medida em que os parques disponibilizem equipamentos de lazer.

A implantação de parques lineares é um conceito que surgiu no Plano Diretor Estratégico da cidade, criado pela Lei 13.430/2002. Para esse projeto, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente tem recursos oriundos do Fundo de Desenvolvimento Urbano – Fundurb -, vinculado à Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, da ordem de R$ 38 milhões, valor que garante inicialmente a implantação de alguns parques. Outros serão executados mediante a entrada de compensações ambientais, um processo mais complexo e demorado.

Isso porque eles dependem de destinação de recursos da Câmara de Compensação Ambiental. O projeto é apresentado ao empreendedor, que pode ou não aprovar a conversão das mudas em obras. Por causa deste processo, os parques implantados desta maneira são feitos em etapas.

Já os parques com recursos do Fundurb deverão se tornar realidade no primeiro semestre de 2008, conforme a Assessoria de Comunicação da Secretaria.

Um deles está pronto, o Ipiranguinha, localizado na Subprefeitura de Itaquera. Um segundo, o de Parelheiros, tem conclusão prevista para o final deste mês. Estão em obras mais quatro: Sapé (Butantã), Itaim (Itaim Paulista), São José (Capela do Socorro) e Rapadura (Aricanduva).

Fora estes, ainda em 2007 deverão ser iniciadas obras em outros cinco parques lineares. Em 2008, mais seis começam a ser implantados, enquanto outros quatorze, atualmente, encontram-se na fase de levantamentos preliminares.

Patrícia Sepe admitiu a AmbienteBrasil que essa trajetória, muito provavelmente, vai esbarrar em percalços, especialmente porque ela prevê desapropriação de 5 milhões de metros quadrados, entre áreas de favelas e outras não públicas.

matéria do site: Ambiente Brasil

06 outubro 2007

Cascas de ovos recicladas produzem colágeno e hidrogênio

As cascas talvez sejam o primeiro tipo de embalagem descartável, desenvolvidas pela própria natureza. Agora, uma pesquisa feita na Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, resultou em um processo capaz de reciclar as cascas de ovos, dando-lhe duas destinações nobres e de alto valor econômico.

Colágeno da casca de ovo

Como em todo processo de reciclagem, o primeiro passo é limpar as "embalagens usadas". Só que as cascas de ovos não contêm exatamente sujeira. Seu interior é recoberto por uma membrana rica em colágeno, um material que, quando purificado, chega a custar US$1.000,00 o grama.

A equipe do Dr. Liang-Shih Fan desenvolveu um ácido orgânico capaz de remover inteiramente essa membrana interna das cascas de ovos. Cerca de 10% da membrana é constituída de colágeno, que pode ser utilizado tanto pela própria indústria de alimentos quanto para tratamentos médicos, para recuperação de pessoas que sofreram queimaduras graves ou em cirurgias cosméticas.

Produção de hidrogênio

Depois de limpas, as cascas podem ser utilizadas para a captura de dióxido de carbono durante uma reação que gera hidrogênio. "A chave para a produção de hidrogênio puro é separar o dióxido de carbono," explica o cientista.

As cascas de ovo são constituídas de carbonato de cálcio, um dos materiais mais absorventes que existem na natureza. É por isso que ele é um ingrediente importante em produtos como os antiácidos, por exemplo. Depois de um processamento térmico, esse carbonato se decompõe em óxido de cálcio, capaz de absorver gases ácidos, como o dióxido de carbono.

Captura de dióxido de carbono

O Dr. Fan então utilizou esse óxido de cálcio em um processo de produção de hidrogênio conhecido como reação de troca água-gás ("water-gas-shift reaction"). Neste processo, o hidrogênio é produzido pela gaseificação de combustíveis fósseis, principalmente o carvão. A gaseificação produz monóxido de carbono, que então se combina com a água para produzir dióxido de carbono e hidrogênio. As cascas de ovos processadas capturam o dióxido de carbono e permitem o aproveitamento do hidrogênio puro.

O carbonato de cálcio que forma as cascas de ovos são capazes de capturar dióxido de carbono em um volume equivalente a 78% do seu peso. O Brasil produz anualmente mais de 20 bilhões de ovos de galinha, o que equivale a cerca de 100.000 toneladas de cascas - um potencial para absorver 78.000 toneladas de dióxido de carbono.

do site inovação tecnológica....